quarta-feira, 12 de junho de 2019

Operação Espectro descobre abertura de mais de 30 empresas de fachada, para a aplicação de golpes

Operação Espectro foi deflagrada em Teodoro Sampaio (SP) — Foto: Polícia Civil

A Polícia Civil deflagrou nesta quarta-feira (12), em Teodoro Sampaio (SP), as diligências relacionadas à Operação Espectro, que investiga um grupo criminoso dedicado à abertura de empresas “fantasmas” para a realização de operações financeiras fraudulentas visando à obtenção de vantagem ilícita.

Segundo a Polícia Civil, os investigados providenciavam, com o registro das empresas de fachada, a abertura de contas em instituições bancárias e a consequente obtenção de talões de cheques e cartões de crédito para a aquisição de diversos bens e produtos, como imóveis e veículos.

“As empresas eram fictícias e fisicamente não existiam. No entanto, com a criação dos CNPJs [Cadastros Nacionais de Pessoas Jurídicas], os investigados conseguiam abrir as contas bancárias e obter os cheques e cartões de crédito para a aplicação dos golpes”, explicou o delegado responsável pelo caso, Edmar Rogério Dias Caparroz.
São apurados os crimes de associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

As investigações identificaram a abertura, em seis estados, de mais de 30 empresas de fachada registradas em nome dos investigados e de terceiros nos municípios de Brumadinho (MG), Itaguajé (PR), Mirante do Paranapanema (SP), Murutinga do Sul (SP), Novo Horizonte (SP), Paragominas (PA), Recife (PE), Salvador (BA), Teodoro Sampaio (SP), Triunfo (PE) e Urupês (SP).

Após representação feita pela Polícia Civil, o Poder Judiciário expediu sete mandados de busca domiciliar e, durante as diligências, um farto material relacionado às investigações foi encontrado nos endereços dos envolvidos, em residências e estabelecimentos comerciais, em Teodoro Sampaio (SP).

O delegado Edmar Rogério Dias Caparroz esclareceu que “as investigações prosseguem para análise de documentos, aparelhos celulares, dispositivos eletrônicos de armazenamento de dados e computadores”.

As investigações tiveram início a partir de um Boletim de Ocorrência de falsidade ideológica registrado em setembro do ano passado, em Sorocaba (SP), onde uma mulher descobriu que havia sido aberta uma empresa em seu nome em Teodoro Sampaio (SP).

Caparroz explicou que o grupo conta com pelo menos quatro integrantes – um casal e dois homens –, todos moradores de Teodoro Sampaio (SP).

“Ainda não conseguimos mensurar o valor movimentado pelo grupo. Mas pode ser uma cifra milionária. Eles não ostentavam uma vida luxuosa, mas nos chamou a atenção a aquisição de imóveis e veículos, em nome deles, em Teodoro Sampaio [SP] e na região. O grupo adotava uma prática engenhosa, que tinha repercussão interestadual”, salientou Caparroz.

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