
A empresa Rumo, do grupo Cosan, venceu no dia 28 de março, o leilão do trecho de 1,5 mil quilômetros da Ferrovia Norte-Sul, que passa por 30 municípios do Estado de São Paulo. O trecho que foi leiloado tem 1.537 km e vai de Porto Nacional, no Tocantins até a cidade de a Estrela d'Oeste, no interior do estado de São Paulo. O valor do lance foi de R$ 2,719 bilhões e a empresa tem dois anos para concluir as obras e fazer a ferrovia operar.
De acordo com o Governo Federal o trecho leiloado já está com 95% das obras concluídas.
Novo trecho passará por Presidente Venceslau
O projeto da Ferrovia Norte-Sul prevê na próxima etapa a implantação de uma nova linha partindo da cidade de Estrela d´Oeste passando por outras cidades da região como São João do Pau d’Alho, Santa Mercedes, Pauliceia, Panorama, Caiuá, Presidente Venceslau, Piquerobi, Santo Anastácio, Mirante do Paranapanema, Sandovalina e Pirapozinho.
O benefício esperado com o projeto é a interligação de outros trechos ferroviários que a Norte-Sul viabilizará, e que favorecerão a integração logística do país já que a ferrovia será implantada de uma ponta a outra do Brasil.
Na etapa de expansão da ferrovia, a cidade de Presidente Venceslau deverá ser beneficiada inclusive com um terminal.
Vale destacar que o projeto da Ferrovia Norte-Sul prevê a construção de nova linha na região, com o objetivo de transportar cargas de produção agrícola e industrial, e não utilizará trilhos já existentes na ferrovia da antiga Fepasa, que no passado eram utilizados para o transporte de pessoas.
O contrato firmado com a empresa Rumo deve durar 30 anos.
Potencial de lucro para Venceslau e região
De acordo com o prefeito de Presidente Venceslau, Jorge Duran, a implantação da extensão da Ferrovia Norte-Sul na região é uma batalha de todos, que já dura muitos anos. “As empresas que administravam a ferrovia sempre alegaram que não existe a demanda. Mas isso só ocorre por falta da oferta”, pontua.
Ainda segundo Duran, a nova oportunidade, se efetivada, será um propulsor de investimento e desenvolvimento. “A falta desse serviço faz com que os investidores busquem outras alternativas de transporte. Esperamos com muito otimismo as novas etapas desse processo que deve beneficiar Presidente Venceslau e região”, diz.
Para o deputado estadual Ed Thomas, a implantação da Ferrovia Norte-Sul com sua extensão na região trará grande valor econômico aos 45 municípios do Oeste Paulista. Segundo ele, por se tratar de uma comarca que faz divisa com dois estados, existe um grande poder de carga, obra-prima e necessidade de transporte. “A ferrovia é uma questão histórica e cultural à nossa região. Com a chegada da Norte-Sul já em Estrela d´Oeste e posteriormente a expansão em outras cidades, todos poderão usufruir de seu benefício que proporcionará, inclusive, geração de empregos”, acrescenta .
Ainda conforme o deputado, o projeto de uma nova ferrovia é uma excelente alternativa de transporte da carga industrial. “Temos que nos unir para que o projeto realmente funcione. Os países com melhores índices de desenvolvimento contam, atualmente, com o sistema ferroviário muito eficiente”, analisa.
Operação
A Rumo tem dois anos para fazer a ferrovia operar. "Queremos fazer com que a ferrovia opera o mais rápido possível, para gerar caixa”, afirmou o presidente da Rumo, Julio Fontana. "É um bom negócio para nossa companhia e tem sinergia com a nossa operação", afirmou.
Ainda conforme dados coletados, a demanda esperada para ferrovia - tanto na malha própria como na de terceiros - em 2020 é de 1,7 milhão de toneladas. Em 2055, deve chegar a 22,7 milhões.
Conheça os municípios que fazem parte da Ferrovia Norte-Sul em toda extensão.

Valor histórico
A mestre em Arquitetura e Urbanismo, Corina Aparecida Teixeira Ferreira da Costa, explica que todos municípios da região surgiram em função das ferrovias, pois foram grande propulsoras de emprego e desenvolvimento. “Essa transformação ocorreu até um certo período, até que o governo começasse a investir em rodovias”, explica.
Sobre os benefícios da Ferrovia Norte-Sul, a especialista informa que a estrutura ferroviária faz parte da cultura do Brasil e que, por conta disso, “pode reviver grandes conquistas”. Além disso, Corina ressalta a possibilidade de restauração de toda infraestrutura as margens dos trilhos de ferro. “São patrimônios que também podem ser reformados”, acredita.
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